AS BASES BÍBLICAS DA UNÇÃO - Parte II

χριω e αλειφω 
O uso de “chrio” e “aleipho” no grego do Novo Testamento.
Alguns irmãos que ensinam que os discípulos usavam o óleo de azeite nos enfermos, somente como remédio, fazem um malabarismo com duas palavras gregas para “ungir”: “chrio” e “aleipho”.
Primeiramente, eles dizem que “chrio” sempre se refere a unção do Espírito Santo, ou seja, uma unção espiritual que capacita e consagra (Lc 4.18; At 4.27; 10.38; 2Co 1.21; Hb 1.9), e que “aleipho” sempre se refere a aplicação de óleo como remédio (Mt 6.17; Mc 6.13; 16.1; Lc 7.38,46; Jo 11.2; 12.3; Tg 5.14). Mas no próprio Novo Testamento, já verificamos que esta declaração está errada, em Mt 6.17 o uso do óleo é cosmético: “Tu, porém, quando jejuares, unge (aleipho) a cabeça e lava o rosto” e em Mc 16.1 o uso de “aleipho” é no sentido de embalsamar ou mumificar o corpo de Jesus: “Passado o Sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para irem embalsamá-lo (aleipho).”

 O uso de “chrio” e “aleipho” na septuaginta
 A palavra “chrio” na Septuaginta aparece em: Êx 28.41; 29.2,7,29,36; 30.26,30,32; 40.9,10,13; Lv 4.3; 6.20; 7.36; 8.11,12; 16.32; Nm 6.15; 7.1,10,84,88; 35.25; Dt 28.40; Jz 9.8,15; ISm 9.16; 10.1; 11.15; 15.1,17; 16.3,12,13; IISm 1.21; 2.4,7; 5.3,17; 12.7; 19.10; IRs 1.34,39,45; 5.1; IIRs 9.3,6,12; 11.12; 23.30; ICr 11.3; 14.8; 29.22; IICr 23.11; 36.1; Sl 27.1; 45.7; 89.20; 150.6; Is 25.6; 61.1; Jr 22.14; Ez 16.9; 43.3; Dn 9.24; Os 8.10; Am 6.6. A palavra “aleipho” na Septuaginta aparece em: Gn 31.13; Êx 40.15; Nm 3.3; Rt 3.3; IISm 12.20; 14.2; IIRs 4.2; IICr 28.15; Et 2.12; Ez 13.10,11,12,14,15; 22.28; Dn 10.3; Mq 6.15.
 Os amados leram todas as passagens acima? Que bom que vocês perceberam que as palavras “chrio” e “aleipho” são sinônimas.

 Mas diante do que falamos até aqui, aqueles que são contra a unção com óleo, tentaram fazer mais um malabarismo com palavras gregas, desta vez com as palavras “iaomai” e “therapeuo”. Eles dizem que quando Jesus manda os discípulos ungir com óleo usa-se o verbo “therapeuo”, que significa “curar” mas com o sentido de tratamento. Daí vem a palavra “terapia” que em português, também tem este significado. E dizem também que o verbo no NT para curar com oração é “iaomai”. Eles tentam provar a distinção entre estes dois verbos em At 28.8,9. Nesta passagem nós lemos:

 “Aconteceu achar-se enfermo de disenteria, ardendo em febre, o pai de Públio. Paulo foi visitá-lo e, orando, impôs-lhe as mãos e o curou (iaomai). À vista deste acontecimento, os demais enfermos da ilha vieram e foram curados (therapeuo).”

 O argumento deles é que no versículo oito Paulo orou e curou (iaomai) o pai de Públio; e que no versículo nove, os demais da ilha que vieram foram curados (therapeuo) mediante terapia, e pasmem!!! dizem que foi Lucas, “o médico amado” quem fez o tratamento. Chega a ser ridículo este argumento, mas não pode ficar sem uma resposta. Abaixo coloco todas as passagens bíblicas onde a palavra grega “therapeuo” aparece no Novo Testamento:

 Mt 4.23,24; 8.7,16; 9.35; 10.1,8; 12.10,15,22; 14.14; 15.30; 17.16,18; 19.2; 21.14; Mc 1.34; 3.2,10,15; 6.5,13; Lc 4.23,40; 5.15; 6.7,18; 7.21; 8.2,43; 9.1,6; 10.9; 13.14; 14.3; Jo 5.10; At 4.14; 5.16; 8.7; 17.25; 28.9; Ap 13.3,12.

 Se os leitores leram atentamente as passagens acima, verificaram que o próprio Lucas utiliza o verbo “therapeuo” em passagens onde a cura está relacionada tanto a cura sobrenatural quanto a expulsão de demônios, o que prova que o uso da palavra é genérico, isto é, se refere a qualquer tipo de cura.

 Para finalizar, só tenho uma observação: O uso da unção com óleo sem o acompanhamento da oração da fé, não vale coisa alguma. O óleo mesmo consagrado a Deus para ser usado somente na unção dos enfermos, não é uma porção mágica que cura as pessoas.

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